Jennifer L. Armentrout

— O quê?

— Eu não posso acreditar que você está me perguntando se estou bem depois de esfaquear seu coração.

A dor física era quase sempre quente, mas e o tipo de dor que não podia ser vista?

Essa era quase sempre fria

E muito embora eu fosse a Donzela, a Escolhida, nunca seria vista como divina. De acordo com o Duque, eu não era bela.

Eu era uma tragédia.

Pureza?

Eu detestava aquela palavra, o significado por trás dela. Como se a minha virgindade determinasse a minha bondade, a minha inocência, como se sua presença ou ausência fossem, de algum modo, mais importantes do que as centenas de escolhas que eu fazia todos os dias.

— A morte é como uma velha amiga que faz uma visita: às vezes, surge quando menos se espera, e outras, quando você está esperando por ela. Não é a primeira nem a última vez que a morte faz uma visita, mas ela não deixa de ser dura e implacável.

— Você tem uma escolha agora.

— Tenho, sim. — Mas era difícil explicar que o véu também servia como uma barreira. Com o véu, eu me lembrava do que eu era e da importância disso. Sem ele, bem, era fácil querer... apenas querer.

— Só os maus podem ser influenciados, Princesa.

— Nada nunca é simples. E quando é, raramente vale a pena.

No momento em que as portas se abriram, o cheiro de mofo que chegou até o meu nariz deixou o meu coração repleto de alegria.

Livros.

Fileiras e mais fileiras de livros.

Entrei, atordoada, sem prestar muita atenção ao que Alastir estava dizendo e sem notar qualquer outra coisa além das possibilidades que me aguardavam atrás das lombadas grossas e multicoloridas. Avancei como se estivesse hipnotizada...