“O que fazem mulheres”, de Camilo Castelo Branco, é uma obra que explora as complexidades das relações humanas e o papel das mulheres na sociedade do século XIX. Com uma prosa rica e intricada, Castelo Branco entrelaça realismo e romantismo para desvendar a psicologia feminina e as nuances das interações entre os gêneros. O livro apresenta uma narrativa vigorosa, imbuída de uma crítica social perspicaz, ao mesmo tempo que reflete sobre a moralidade, os desejos e as aspirações das mulheres, frequentemente relegadas a papéis secundários. O contexto literário da obra é marcado por um período de transição social e cultural em Portugal, contexto no qual as convenções de gênero eram intensamente debatidas e desafiadas. Camilo Castelo Branco, um dos mais proeminentes romancistas portugueses do século XIX, viveu uma vida marcada por intensas paixões e desilusões, experiências que moldaram sua visão crítica sobre a sociedade. Conhecido por suas obras que abordam temas de amor, traição e moralidade, Castelo Branco utilizou sua própria trajetória repleta de conflitos e sua vasta erudição para explorar os dilemas das mulheres, frequentemente pautados por restrições sociais e emocionais. Suas vivências pessoais, aliadas a uma preocupação com a justiça social, fazem de “O que fazem mulheres” uma obra profundamente reflexiva e representativa de seu tempo. Recomendo fortemente “O que fazem mulheres” a leitores interessados em compreender a evolução dos papéis de gênero na literatura e na sociedade. A obra não apenas oferece uma visão penetrante das motivações e desafios enfrentados pelas mulheres, mas também instiga uma reflexão sobre as normas sociais que ainda ressoam hoje. A habilidade de Castelo Branco em articular dilemas universais através de personagens complexas e cativantes torna essa leitura imperativa para quem aprecia a literatura que desafia e provoca.