Seis mulheres reunidas para o chá da madrugada. O barulho da chuva não as perturba, não isso; nem mesmo as sombras que se debatem no guarda-roupa chamam atenção. Elisa, sem notar a lareira acessa num canto da sala, encara uma fatia de bolo sobre a mesa; disfarça intenções ao se ver vigiada pela menina de coração frágil. Silvana só quer ser fotografada; é sua ingênua vontade de
ser como quem atrás da câmera se esconde. Os cliques disparam, e as palavras pouco cultas não são uma ameaça naquele recinto impregnado de aromas e ausências. Bastiana parece confortável, como se nunca tivesse sentido cheiro de gordura ou enganado aberrações. Finge pensamentos e encara a moça estranha que mantém um livro sobre o colo, como se ele fosse capaz de salvá-la de seus desígnios. Nem mesmo Eva escapou de dar início ao Maior Espetáculo da Terra.
