No percurso acadêmico e intelectual de Manuel Flavio Saiol Pacheco, sua inquietação com a justiça social e a segurança pública conduzem o leitor a uma instigante reflexão sobre a prostituição de rua e o mercado sexual. Para além das dicotomias estabelecidas entre o 'certo' e o 'errado', o 'masculino' e o 'feminino', a busca por regulamentação jurídica enfatiza a importância do reconhecimento de saberes marginalizados. A obra analisa as complexas interações entre prostitutas, agentes do Estado e frequentadores da 'Rua da Zona', localizada em Três Rios — RJ. Com base em um trabalho de campo etnográfico, a partir da observação participante, o autor expõe a existência de um “regramento paralelo”, composto por normas informais que regulam as relações e o mercado sexual, perpetuando um status quo em que prevalece a precariedade das políticas públicas em relação à urbanização e ao combate ao tráfico de drogas. O estudo contempla a crítica às noções de masculinidade na prostituição, destacando como essas concepções moldam as interações sociais e indicando possibilidades de desdobramento da pesquisa.